Por Téo Foresti Girardi*
Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul tem enfrentado um aumento significativo de eventos
climáticos como enchentes, secas prolongadas e tempestades severas, causando impactos
sérios na agricultura, infraestrutura urbana e nas comunidades locais. Esses fenômenos
naturais exigem uma preparação mais intensa e uma maior resiliência por parte das
autoridades e da população, destacando a necessidade urgente de medidas adaptativas e
mitigatórias no enfrentamento desses desafios.
Nossa sociedade depende de sistemas complexos que sustentam nossas necessidades
diárias, desde o abastecimento de água até serviços essenciais como saúde e educação.
Compreender e fortalecer essas estruturas é crucial para garantir a estabilidade e a
segurança das comunidades. Existe um consenso generalizado entre decisores e cidadãos
de que as próximas décadas exigirão não apenas novos produtos, softwares e serviços,
mas também sistemas inovadores para garantir um desenvolvimento sustentável em uma
sociedade socialmente inclusiva.
Antecedendo a calamidades como enchentes, torna-se fundamental adotar medidas
preventivas como o mapeamento preciso de áreas vulneráveis e a implementação de
sistemas eficazes de alertas antecipados. Durante a crise, a prioridade é garantir a
evacuação segura das áreas afetadas, fornecendo abrigos temporários e coordenando
equipes de emergência de forma eficiente.
Já após as ocorrências, devemos concentrar esforços na avaliação de danos, na assistência
humanitária e na restauração urgente da infraestrutura danificada. Além disso, é essencial
fortalecer a resiliência das comunidades afetadas, implementando medidas de adaptação de
longo prazo e melhorando a infraestrutura resistente aos desastres.
A tecnologia desempenha um papel crucial na resposta e mitigação de catástrofes
climáticas. Dessa forma, iniciativas como o GovTech LAB demonstram como a inovação
pode melhorar a eficácia dos serviços públicos, incluindo soluções como alertas de
enchentes baseados em IoT e análise de Big Data.
Por isso, além das soluções tecnológicas, é imprescindível apoiar startups e empresas
inovadoras que desenvolvem ferramentas para enfrentar estas catástrofes. Exemplos
incluem o uso de drones para avaliação de danos e inteligência artificial para previsão das
tragédias, mostrando como a inovação pode fortalecer nossa capacidade de resposta em
crises.
Diante do exposto, o uso estratégico da tecnologia pelos governos não apenas fortalece a
resiliência das comunidades frente às enchentes, mas também representa um passo
determinante rumo a um futuro mais sustentável e seguro. A premência da integração de
inovação, resiliência e tecnologia não apenas protege o bem-estar dos cidadãos e infraestruturas, mas também impulsiona o desenvolvimento urbano e rural que se adapta às mudanças climáticas e prospera diante dos desafios do século XXI.
*Dra. Téo Foresti Girardi é PhD Design and Technologies (UFRGS), Fundadora &
Sócia do GovTech Lab e Head do GovTech Summit.